A exposição a riscos jurídicos, financeiros e reputacionais tem crescido à medida que o mercado exige mais transparência, responsabilidade e solidez das empresas. Nesse contexto, proteger obrigações contratuais tornou-se uma medida não apenas para mitigar perdas, mas também para preservar a governança, o compliance e a reputação corporativa.
A importância da blindagem contratual na governança
Organizações comprometidas com a governança e com uma atuação ética compreendem que proteger seus contratos é também proteger a confiança do mercado. Uma das formas mais estratégicas de fazer isso é por meio do seguro garantia, uma modalidade que vai além de um simples instrumento financeiro: ela é uma declaração pública de credibilidade.
Segundo Irwin Rafael, diretor comercial da Finn Seguros – Acrisure, o seguro garantia desempenha um papel central na estrutura de governança das empresas: “É uma ferramenta estratégica e de grande valor. Protege o patrimônio, reforça a credibilidade da organização no mercado e demonstra o conforto necessário para executar os contratos que ela se propõe a cumprir”.
Menos exposição, mais eficiência
Ao optar por uma apólice de seguro garantia, a empresa evita modalidades mais onerosas, como a carta fiança bancária, e ainda libera capital para reinvestimento na operação. Irwin destaca: “A companhia que usa o seguro garantia de forma estratégica evita deixar dinheiro parado. A carta fiança exige caução e tem um custo mais alto. A apólice reduz os gastos e aumenta a rentabilidade da operação”.
Além disso, o processo de emissão do seguro é rigoroso. A seguradora realiza análises detalhadas sobre a saúde financeira da empresa, o histórico de entrega de contratos e as cláusulas do próprio contrato a ser garantido. Isso significa que, ao aprovar uma apólice, a seguradora atesta a solidez técnica e financeira do tomador.
“Assim como um banco faz uma análise criteriosa antes de conceder crédito, as seguradoras avaliam os balanços, projeções e o comportamento financeiro da empresa para os próximos anos e também de períodos anteriores. Isso traz visão estratégica e demonstra maturidade de gestão”.
Risco jurídico e impacto reputacional
Além dos contratos administrativos e comerciais, o seguro garantia também pode ser utilizado em obrigações judiciais, como embargos à execução fiscal, ações trabalhistas ou cíveis. Nesse sentido, ele se torna um instrumento essencial para mitigar riscos jurídicos e dar continuidade à operação sem comprometer o fluxo de caixa.
“As garantias judiciais cobrem desde a esfera trabalhista até a fiscal — onde estão os valores mais altos. Em todos esses casos, não apresentar uma garantia adequada pode implicar em bloqueios, execuções e danos sérios à imagem da empresa”, alerta Irwin.
Seguro Garantia e ESG: aliados importantes
A adoção do seguro garantia também é um indicativo de comprometimento com boas práticas de compliance. Demonstrar que a empresa se antecipa aos riscos e cumpre com excelência suas obrigações é um diferencial competitivo — especialmente em processos licitatórios ou contratos de alto valor, onde a governança e a capacidade de entrega são critérios decisivos.
“Toda empresa pode contratar uma apólice de seguro garantia, desde que exista a obrigação contratual ou legal. Isso é muito comum em setores como construção civil e serviços, mas pode ser aplicado a qualquer segmento”, informa o diretor.
Ou seja, ignorar a importância da gestão de riscos contratuais é, hoje, uma fragilidade estratégica. Empresas que atuam com responsabilidade e visão de longo prazo sabem que a blindagem das obrigações não é apenas uma proteção — é um pilar da boa governança. Já o seguro garantia, mais do que uma exigência, é uma escolha consciente por mais transparência, robustez e competitividade no mercado.
