Com a agenda ESG se tornando uma das prioridades nas empresas brasileiras, grandes companhias têm investido em iniciativas para avançar nas três diretrizes que englobam essa pauta – ambiental, social e governança.
Uma pesquisa feita pela EY, organização mundial de consultoria profissional, reforça a relevância do assunto para as corporações. O levantamento apontou que 99% dos investidores utilizam as divulgações em ESG das empresas como parte das suas decisões de investimentos.
Além disso, o relatório mostra que 78% dos entrevistados acreditam que as companhias devem fazer investimentos que abordem ESG, mesmo que isso reduza os lucros a curto prazo.
Cuidado ao elaborar iniciativas de ESG
Fato é que a implementação dos indicadores ESG não é mais uma escolha, mas sim uma necessidade básica para as empresas que buscam liderar o mercado.
No entanto, ao desenvolver as estratégias dentro dessa agenda, é necessária cautela para elaborar iniciativas embasadas que fujam do superficial. Do contrário, as medidas podem trazer prejuízos à imagem e reputação das organizações.
Existem relatos, por exemplo, de greenwashing – um termo em inglês para “lavagem verde”. De forma simplificada, a expressão é atribuída às empresas que fazem divulgações falsas sobre sustentabilidade (um dos pilares de ESG). Ou seja: afirmam que seus produtos são sustentáveis, quando não são.
E isso pode acontecer de várias formas. Destacar de maneira exagerada ou distorcer as iniciativas sustentáveis da companhia, não fornecer informações claras e detalhadas sobre as práticas ambientais ou utilizar estratégias de marketing verde para distrair a atenção do público de problemas mais amplos.
Como elaborar medidas efetivas de ESG?
Para assegurar que uma empresa é verdadeiramente ESG, algumas ações e práticas são fundamentais. Preferir fontes de energia renovável, apoiar organizações sem fins lucrativos e implementar sistemas de gestão de riscos são alguns exemplos.
Confira 20 iniciativas, elencadas em artigo do Exame, que podem servir de critério para avaliar se uma companhia, de fato, adota ações de cuidado ao meio ambiente, à sociedade e de governança corporativa.
Ambiental (E)
- Investir em práticas e tecnologias mais limpas;
- Implementar medidas para reduzir a pegada de carbono;
- Avaliar e monitorar as emissões de carbono;
- Adotar tecnologias e práticas que reduzam o consumo de energia;
- Preferir fontes de energia renovável;
- Promover a reciclagem e a redução de resíduos;
- Implementar políticas para minimizar o impacto ambiental.
- Promover a conscientização interna sobre práticas de descarte responsável.
Social (S)
- Fomentar um ambiente inclusivo e diversificado;
- Estabeleça políticas para garantir igualdade de oportunidades;
- Crie possibilidade de envolvimento em projetos sociais e comunitários;
- Apoiar organizações sem fins lucrativos;
- Garanta ambientes de trabalho seguros e saudáveis;
- Ofereça benefícios que promovam o bem-estar dos colaboradores.
Governança (G)
- Divulgue informações financeiras e operacionais de maneira transparente;
- Adote práticas de prestação de contas responsáveis;
- Estabeleça códigos de conduta ética – e comunique o que foi definido;
- Garanta conformidade com leis e regulamentações;
- Fomente a participação ativa dos acionistas nas decisões da empresa;
- Implementar sistemas robustos de gestão de riscos;
- Desenvolver planos de contingência para eventos inesperados;
- Fornecer treinamento regular para funcionários sobre práticas ESG.
Identifique indicadores relevantes para o seu setor
Cada setor tem seus próprios desafios e oportunidades em ESG. Para o setor de tecnologia, por exemplo, onde a inovação é essencial, investir no pilar social é essencial para conseguir atrair e reter talentos diversos. Já para uma empresa de infraestrutura que presta serviços para o governo, a governança será provavelmente o ponto mais relevante. Identifique os indicadores mais relevantes para o seu setor, levando em consideração as expectativas dos stakeholders e as melhores práticas do mercado.
