ESG nas negociações sindicais: o papel estratégico do RH

14 de agosto de 2025

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Nos últimos anos, o ESG – sigla para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) – deixou de ser apenas uma pauta de sustentabilidade para se tornar um pilar nas relações de trabalho 

Atualmente, o tema começa a ganhar espaço nas negociações sindicais e acordos coletivos, exigindo que os departamentos de Recursos Humanos atuem de forma mais proativa e alinhada às novas demandas sociais. 

ESG vai além do marketing  

O conceito de ESG reúne práticas que garantem responsabilidade ambiental, compromisso social e transparência na governança. Se antes esses princípios apareciam restritos a relatórios de sustentabilidade, agora eles influenciam políticas internas, cláusulas contratuais e benefícios previstos em convenções coletivas. 

Para o RH, isso significa que as negociações com sindicatos podem incluir temas como: 

  • Políticas de diversidade e inclusão 
  • Redução da pegada de carbono no ambiente de trabalho 
  • Benefícios voltados à saúde mental e bem-estar 
  • Programas de governança e compliance trabalhista 
  • Ações contra assédio moral e sexual 

O papel estratégico do RH 

O RH atua como ponte entre a alta gestão e os representantes sindicais, traduzindo os compromissos ESG em propostas concretas que possam ser incorporadas aos acordos coletivos. Para isso, é essencial: 

  1. Mapear demandas internas que dialoguem com práticas ESG. 
  1. Analisar tendências e benchmarks de empresas do mesmo setor. 
  1. Negociar com base em dados, apresentando indicadores e metas que comprovem o impacto positivo das mudanças. 
  1. Antecipar pautas para prevenir conflitos e construir acordos colaborativos. 

Essa abordagem fortalece a imagem institucional, melhora o clima organizacional e contribui para atrair e reter talentos, especialmente entre as novas gerações, mais engajadas com causas sociais e ambientais. 

ESG como diferencial competitivo nas negociações 

Ao inserir metas e práticas ESG nos acordos coletivos, a empresa demonstra compromisso real com a sustentabilidade e o bem-estar social, agregando valor para colaboradores e posicionando-se como referência no mercado. 

Exemplos de cláusulas possíveis incluem: 

  • Licença parental estendida para homens e mulheres; 
  • Incentivos para transporte sustentável (bicicletas, transporte público, caronas); 
  • Programas de capacitação com foco em diversidade e inclusão; 
  • Planos de saúde ampliados, com cobertura para terapias, saúde mental e dependentes; 
  • Políticas de reciclagem e uso consciente de recursos no ambiente de trabalho. 

Contudo, nem todo compromisso ESG pode ser livremente negociado. Vincular metas de segurança do trabalho à remuneração variável ou à PLR, por exemplo, pode gerar conflitos legais, já que se trata de uma obrigação prevista em normas regulamentadoras. 

O futuro das negociações sindicais com ESG 

A tendência é que os acordos coletivos passem a incluir metas e indicadores ESG, garantindo monitoramento e transparência. Sindicatos mais preparados para essas pautas tendem a fortalecer seu papel, defendendo não apenas salários e benefícios, mas também qualidade de vida e impacto social das empresas. 

O ESG está se consolidando como parte essencial das negociações sindicais. Nesse cenário, o RH deixa de ser apenas executor de políticas e passa a atuar como agente de transformação. Empresas que incorporam práticas ESG aos acordos coletivos não apenas atendem às demandas sociais e ambientais, mas também fortalecem confiança, engajamento e reputação da marca. 

 

ARTIGOS RELACIONADOS
Lei amplia crédito consignado para trabalhadores do setor privado

Lei amplia crédito consignado para trabalhadores do setor privado

Em 2025, o acesso ao salário-maternidade se tornou mais inclusivo para mulheres autônomas, MEIs, seguradas especiais e contribuintes facultativas. A mudança, implementada pela Instrução Normativa INSS nº 188/25, eliminou a antiga exigência de carência mínima de 10 contribuições.

Nova regra facilita acesso ao salário-maternidade para autônomas e MEIs

Nova regra facilita acesso ao salário-maternidade para autônomas e MEIs

Em 2025, o acesso ao salário-maternidade se tornou mais inclusivo para mulheres autônomas, MEIs, seguradas especiais e contribuintes facultativas. A mudança, implementada pela Instrução Normativa INSS nº 188/25, eliminou a antiga exigência de carência mínima de 10 contribuições.

INSCREVA-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER SEMANAL

    AO INFORMAR MEUS DADOS, EU CONCORDO COM A POLÍTICA DE PRIVACIDADE E COM OS TERMOS DE USO

    PROMETEMOS NÃO UTILIZAR SUAS INFORMAÇÕES DE CONTATO PARA ENVIAR QUALQUER TIPO DE SPAM

    VOLTAR PARA A HOME